Meio-sangue
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 I really wanted to be an ordinary girl, but I can't

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Zoë Nightshade
Caçadoras de Ártemis
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Zoë Nightshade


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MensagemAssunto: I really wanted to be an ordinary girl, but I can't   I really wanted to be an ordinary girl, but I can't I_icon_minitimeSáb 11 Fev 2012, 9:48 pm

Capítulo 1 - Quando tudo começou...


Ah...Oi. Bom, eu não sei por onde começar então vou me apresentar. Meu nome é Melanie Bennett. Eu sou loira de olhos azuis e muito temperamental, moro num prédio no Queens, em Nova York, com dois meio-irmãos e uma mãe que eu adoro e um padrasto totalmente detestável. Tenho dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Eu sou praticamente um imã de confusões, então já fui expulsa de muitas escolas... na verdade, todas as que eu frequentei. Nunca consegui passar mais de um ano na mesma escola. Eu estou esquecendo de algo? Ah, sim. Eu sou uma meio-sangue. O meu pai é Zeus. Você provavelmente já ouviu falar dele nas suas aulas de História. Mas, enfim, vou contar minha história. Tudo começou no meu último dia de aula, na Oitava série.

- Anda logo, Melanie, não tenho o dia todo! - eu ouvi a voz irritante do meu padrasto, Henry, gritar. Eu tinha dormido demais e estava atrasada para a escola. Infelizmente, hoje ele me levaria, porque minha mãe tinha uma entrevista de emprego.

- Já tô indo, sr. Impaciente! - eu gritei, enquanto terminava de arrumar minha mochila. Saí do quarto, com um sorriso irritantemente doce no rosto. - Feliz agora?

Ele bufou e se dirigiu para a porta. Saí e encontrei Jessie e Zach me esperando, junto com Henry, na porta do elevador do prédio.

- Finalmente! - brincou Jessie, sorrindo.

Jessie era minha meia-irmã, filha da minha mãe e do meu maldito padrasto, assim como Zach. Mas os dois eram totalmente diferentes. Jessie tinha sedosos cabelos cor de palha anelados e olhos azuis, como eu. Só que ela era muito mais bonita do que eu. Jessie era como aquelas garotas que nós vemos em comerciais de lojas de departamento. Ela era muito feminina. Eu com meus habituais jeans surrados, jaquetas rasgadas e tênis All Star, era o oposto disso. Zach por outro lado, era meio nerd. Ele era ruivo e tinha muitas sardas. E eram muitas, muitas mesmo. Ele usava suéteres listrados ou com estampa de losangos. Era muito inteligente para a idade dele.

O elevador se abriu. Henry entrou irritado. Depois Jessie e Zach. Fiz questão de ser a última e enrolei o máximo que pude, só para irritar Henry. Apertei o botão e um minuto depois o elevador se abriu de novo e estávamos no estacionamento.

O carro de Henry era um Toyota Corolla prateado. Eu sempre me sentia totalmente desconfortável ali. Talvez porque fosse o carro de Henry, que até então era a pessoa que eu mais odiava no mundo. Jessie sempre ficava no banco da frente quando usávamos aquele carro para evitar discussões entre mim e o motorista. Enquanto Zach não tinha idade para se sentar na frente no lugar de Jessie, eu fazia companhia a ele no banco de trás do carro.

- Porque não posso ir de ônibus, como todo mundo mesmo? - eu perguntei para Henry, irritada, enquanto olhava pela janela. A essa altura, já havíamos saído do estacionamento do prédio e estávamos a caminho da escola de Zach que ficava a poucos quarteirões dali.

- Com certeza não é porque aprecio sua companhia... - retrucou ele, sem tirar os olhos do trânsito. - Já sabe que sua mãe não gosta que você vá de ônibus.

Pouco tempo depois, Zach já tinha saído e estávamos a caminho da minha escola, que era no Brooklyn. Na verdade, Jessie e eu estudávamos na mesma escola, mas eu estava dois anos acima. O trânsito estava péssimo, então, demoraríamos mais que o normal para chegar a escola. Minha a aula começaria em dez minutos e precisaríamos de cerca de meia hora para chegar até lá. E o primeiro tempo era de (Droga!) Espanhol. A professora de Espanhol, a senhora Stanblue, era extremamente rigorosa com horários e não ia com minha cara. Isso ia dar em detenção. A única coisa que eu poderia esperar era que ela não quisesse se privar das féris de verão nem por um segundo, aí me liberaria só dessa vez. Por sorte, Jessie reclamou com Henry e ele decidiu arriscar um atalho. Quinze minutos depois, estávamos em frente a escola. Jessie seguiu para sua sala e eu saí correndo desembestada para a sala de Espanhol, que por puro azar, era a mais distante do pátio de entrada.

- Com licença, sra Stanblue! - eu disse abrindo a porta.

- Srta. Bennett, você está atrasada! - disse ela, com sua voz que parecia uma porta enferrujada. - Sabe o que isso significa, não é? Detenção!

- Mas, sra. Stanblue, é o último dia de aula! - eu ouvi os protestos de Ronald Damon, meu melhor amigo, desde... bom, desde sempre.

- Não importa sr. Damon! Regras são regras. - disse a professora. Eu me sentei, como se nada tivesse acontecido. Mas Rony parecia totalmente inconformado. Ele continuou protestando.

- Ei, deixa isso pra lá, é só uma detenção! - eu disse, enquanto a professora olhava feio para ele. Assim Rony parou de falar, mas sua expressão continuava inquieta, como se aquilo fosse a pior coisa que pudesse ter acontecido.

Assim mais um dia de aula normal se passou. O sinal bateu e eu saí da sala de álgebra, indo para a sala de espanhol para minha sessão de detenção com a sra. Stanblue. Mas Rony me impediu.

- Mel, temos que ir! - ele disse, com a expressão urgente.

- Mas eu tenho deten...- eu comecei mas ele me interrompeu.

- Não temos tempo! Já liguei para sua mãe! - ele disse. - Suas malas já estão prontas e temos que partir agora.

- Malas? - eu disse, confusa.- Nós vamos para onde? E peraí, você ligou para minha mãe?

Minha cabeça estava cheia de perguntas, mas Rony não me deu tempo para fazer nenhuma delas. Ele simplesmente me arrastou para o corredor

- Te explico tudo quando chegarmos lá! - ele continuou me arrastando pelos corredores.

- Lá onde? - eu perguntei, mas uma voz conhecida, vinda de trás de mim arrepiou os pêlos da minha nuca.

- Não vão a lugar algum srta. Bennett! - a sra. Stanblue estava parada atrás de mim. Ou pelo menos a voz se parecia com a sra. Stanblue.
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MensagemAssunto: Re: I really wanted to be an ordinary girl, but I can't   I really wanted to be an ordinary girl, but I can't I_icon_minitimeSáb 11 Fev 2012, 9:49 pm

Capítulo 2 - Foi difícil, mas conseguimos!


Não sei como descrever a criatura com a voz da minha professora de Espanhol. Bom, da cintura pra e cima ela se parecia com minha professora de Espanhol. E pode me chamar de louca, mas eu podia jurar que da cintura pra baixo ela era uma serpente. Ou isso ou precisava urgentemente de um hidratante.

- Q-quem é você? - eu gaguejei. Tinha a impressão de que já vira algo parecido antes.

- Lâmia. - Rony murmurou, entredentes. A criatura sorriu. Não era um sorriso comum. Era um sorriso maquiavélico, que faria um lutador campeão de boxe sair correndo, gritando pela mamãe.

- Isso mesmo, sátiro. - Sátiro? Tipo, um homem bode? - Sou Lâmia, um demônio devorador de crianças.

Ah, é claro. Porque não tinha pensado nisso antes? Ah, sim, porque eu não sou maluca! Ou pelo menos achava que não. Então me lembrei onde tinha visto aquela foto. Um livro de História sobre mitologia grega. Lâmia era uma rainha que tinha sido condenada a se alimentar de crianças mortas. Mas, aquilo era apenas lenda, certo? Infelizmente, acho que a resposta é não. Mas, não poderia existir de verdade, não faz o menor sentido.

- Lâmia? Como a da mitologia grega? - eu perguntei, para tirar minha dúvida. Rony abriu a boca para responder mas a tal Lâmia foi mais rápida.

- Como a da mitologia grega? - repetiu ela, com ar de deboche. - Eu sou a mesma da mitologia grega! Mas agora não é hora de conversa! É hora do jantar!

Já mencionei que eu sou meio lerda? Pois é, então quando o monstro disse que era hora do jantar demorei um tempinho para sacar que o que ela queria era nos jantar. Só quando Rony murmurou para mim algo como "Corra" é que me dei conta das verdadeiras intenções dela. Mas, eu sou uma excelente corredora, o que me deu um pouco de vantagem. Mas não muita. A Lâmia também era muito rápida. Depois de algum tempo correndo, achei um armário entreaberto. Pulei dentro dele, levando Rony junto.

- Pode fugir, mas não pode se esconder de mim! - sibilou a voz de Lâmia, que parecia distante. Ela parecia farejar o ar, como um cão de caça. Logo, seu olfato aparentemente aguçado a levaria ao nosso esconderijo.

Rony, então, tirou algo do bolso. Era... um grampo de cabelo? Apesar da situação em que estávamos me segurei para não rir. Minha irmanzinha usava aqueles grampos o tempo todo e meu melhor amigo carregava-os no bolos? Estranho.

- Tome. - sussurrou Rony, para que a Lâmia não nos ouvisse. Ele me entregou o grampo. - Use para matá-la.

- O quê? - eu sussurrei de volta, ainda mordendo o lábio inferior para não gargalhar. - Matar um monstro desses com um grampo de cabelo? Tá brincando, né?

- Olhe de novo. - ele disse. Na minha mão estava uma espada gigantesca. Parecia feita de bronze. A lâmina tinha uns 90 centímetros e tinha um "desenho" (por falta de palavra melhor) extremamente realista da medusa. Pisquei e de novo na minha mão só havia um grampo de cabelo.

- Uau! - eu exclamei, pasma. Não foi uma boa ideia. Acabou saindo um pouco mais alto do que o esperado. Prendi minha franja com o grampo antes que a criatura pudesse vê-lo.

- Achei vocês! - disse a Lâmia, sem abrir o armário. - Agora saiam daí.

Vocês podem achar que sou uma idiota, mas a voz daquela criatura era surpreendentemente imponente. Dou mil dólares para quem não obedecer a qualquer ordem que ela dê. Saímos do armário quase que instantaneamente, como se estivéssemos hipnotizados, em algum tipo de transe.

- É hora do jantar! - disse ela. Rony se interpôs, entre mim e ela. Achei que Lâmia ia comê-lo, mas ela não pareceu nada satisfeita. Pelo jeito ela não se alimentava de bodes. - Saia da frente sátiro! A meio-sangue é minha! - Meio sangue? Já era difícil acreditar que Rony era metade bode, mas eu? Uma meio-sangue? Nunca!

Então, percebi que Rony só estava me dando tempo. Tirei o grampo do cabelo e ele novamente se transformou em uma enorme espada. A medusa deveria ser "a tal" entre os monstros, pois a Lâmia deu um passo para trás, ao ver a espada. Rony saiu da minha frente. A essa altura o monstro com tronco e busto de professora de Espanhol já havia se recuperado do susto. Ela veio em minha direção. Ergui a espada pronta para lutar.

A criatura era mais rápida do que eu imaginava. Ela se esquivava com facilidade de meus golpes com a espada. Em contra-partida, percebi que eu era muito boa com a espada. Tinha reflexos excelentes.

- Nunca poderá me vencer, heroína! - disse Lâmia. Ela falava de um jeito que sova antigo, extremamente antiquado.

- Não custa tentar! - eu revidei. Ela perdeu a paciência. Investiu contra mim, desviando-se do meu golpe de espada.

- Diga adeus a sua vida, semi-deusa! - disse ela, pronta para morder meu pescoço, do jeito que vemos naqueles filmes tipo Drácula (os filmes de vampiros legais, não os idiotas que bebem sangue de animal e brilham).

Pronto! Aquele era o fim da linha para mim. Ia morrer antes mesmo que o Rony me explicasse tudo. Então me lembrei que a espada estava bem na minha mão. Não conseguiria acertá-la. Seriam necessários movimentos precisos para isso, mas antes que eu pudesse pensar em algo mais, Rony a minha frente tirou algo da mochila. Uma flauta. Como aquilo nos ajudaria? Ele começou a tocar uma melodia confusa. Me senti atordoada. Felizmente, Lâmia sentiu o mesmo efeito multiplicado por cinco. Ela quase desmaiou. Aproveitando-me da situação finquei a espada na parte onde deveria ser o coração da Lâmia. Ela se desfez em pó. Olhei para minha espada. De novo era só um grampo de cabelo.

- Você conseguiu! - disse Rony, ofegante.

- Vamos embora antes que outro monstro apareça aqui! - eu disse, cansada.

Chegamos ao estacionamento. Minha mãe esperava lá, preocupada, na frente de seu Uno Vivace. Presente de casamento do sr. Bennett Podre de Rico. Corri para abraçá-la.

- Vamos, entrem no carro! - disse ela, depois que eu a abracei. Sentei-me no banco da frente, junto com minha mãe, enquanto Rony foi atrás.

- Ainda não me disseram para onde estamos indo!- eu disse, indignada.

- Long Island. - disse minha mãe. - Para um... acampamento.
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MensagemAssunto: Re: I really wanted to be an ordinary girl, but I can't   I really wanted to be an ordinary girl, but I can't I_icon_minitimeSáb 11 Fev 2012, 9:50 pm

Capítulo 3 - Chegamos!


Depois que minha mãe disse que íamos para um acampamento ninguém disse mais nada. Eu estava cansada demais para falar qualquer coisa. A luta com a Lâmia esgotara todas as minhas energias e eu estava a ponto de desmaiar. Minha mãe parecia apreensiva, como se temesse pela vida de todos e, como sempre acontecia quando ela ficava nervosa, não falava nada. Rony roncava no banco de trás, desde que havíamos entrado no carro. O clima estava meio tenso e eu até tinha me esquecido de perguntar para minha mãe como fora a entrevista de emprego.

Do Brooklyn até Long Island levava mais ou menos 20 minutos. Mas parecia que uma eternidade tinha se passado, quando minha mãe parou o carro em frente a uma colina. Saí do carro e abri a porta do banco de trás, para acordar Rony. Ele dormia como uma pedra. Exceto pelos roncos. Foram necessários alguns minutos até que eu conseguisse acordá-lo, enquanto minha mãe pegava no porta malas uma mochila estufada e uma mala média que parecia cheia. Depois que consegui acordar o menino-bode, minha mãe me mostrou onde era o tal acampamento. Ela apontou para o topo da colina.

- Está vendo aquele pinheiro? - disse ela. Eu assenti confirmando, embora minha visão estivesse meio embaçada pelo cansaço. Eu precisava mesmo dormir. - É bem ali. Quíron te explicará tudo. Se cuida Mel! - ela me abraçou, sorrindo, mas dava para ver pelos seus olhos que não estava muito feliz.

Ela entrou no carro e ligou o motor. Acenou de volta para mim e para Rony e em seguida foi embora, antes que eu pudesse perguntar algo do tipo "Até quando vou ficar aqui?".

Com muito esforço, subi a colina, junto com Rony. Até chegarmos ao pinheiro que ficava no topo da colina, eu estaria morta. Eu desmaiaria a qualquer momento. Mas finalmente alcançamos a árvore. De lá dava para ver o enorme acampamento; uns vinte e poucos chalés, uma casa bem grande de dois andares, estábulos e mais um monte de outros lugares que eu nem sabia o que eram. E é claro, campistas. Mas o que mais chamou minha atenção foi uma placa próxima a a entrada da casa, que demorei alguns segundos para ler: "Bem-Vindo ao Acampamento Meio-Sangue!"

- Mel?! - ouvi a voz de Rony. parecia distante, o que era estranho já que ele estava do meu lado. - Vamos, vou te apresentar ao Quíron, o diretor de atividades.

De repente senti as pálpebras pesarem e minhas pernas sucumbirem ao peso do resto do corpo. A última coisa que eu me lembro é de bater a cabeça com força no chão duro.

Acordei com alguém colocando algo na minha boca. Tinha gosto de panquecas de amora, mas a textura de parecia muito com pudim. Não consegui abrir os olhos completamente, mas pude ver uma garota e um garoto ambos de olhos azuis, cabelos pretos e pele clara. Deviam ser gêmeos. A garota estava sentada na beirada da cama e tinha nas mãos uma tigela com o pudim que ela colocara na minha boca. O garoto estava de pé, recostado na parede. Eles conversavam, sem perceberem que eu já estava acordada. Então a garota olhou para mim.

- Matt, ela está acordando! - disse ela. Com os olhos ainda semicerrados, eu consegui falar.

- O que aconteceu? - eu perguntei atordoada. - Onde eu estou? Quem são vocês? E ... o que é isso? - eu apontei para a tigela que a garota segurava.

- Eu sou Kelsie. Ele é Matt. - a garota respondeu. - Você desmaiou e depois rolou pela colina abaixo. Está no Acamapamento Meio-Sangue. E isso é ambrosia. Toma, vai te fazer bem. - ela me deu a tigela.

- Só não pode comer demais, - disse Matt. - senão você morre. - afastei a tigela, enquanto Kelsie lançava um olhar repreensivo para o irmão.

- Você tá bem? - perguntou Kelsie. - Foi uma queda feia. Mas por sorte não tem nada quebrado.

- Eu tô bem. - eu disse. - Mas minha cabeça dói um pouco.

- Vamos chamar Quíron e Rony. - disse Kelsie. - Eles precisam dar uma palavrinha com você.

Assim ela e Matt saíram do chalé, me deixando sozinha. Pouco depois um homem em uma cadeira de rodas, apareceu. Esperei que Rony estivesse lá, mas junto com o cara na cadeira de rodas, vinha uma garota morena de olhos castanhos e pele clara. Ela tinha cabelos lisos porém anelados nas pontas. Era bonita, mas também parecia muito inteligente, porém insegura e tímida. Ela usava uma blusa azul de mangas compridas um jeans cinza e tinha um livro debaixo do braço. Parecia ter acabado de chegar, mas não parecia uma novata.

- Melanie? - disse o cara na cadeira de rodas. - Está tudo bem? Rony me contou tudo. - eu não respondi. - Sou Quíron. Diretor de atividades aqui do acampamento.

- Pode me explicar tudo isso? - eu disse, agora com raiva.

- Quer dizer tudo que acontece com você? - ele disse, calmamente. - Tipo, todas as pessoas que pareciam normais e depois se transformam em monstros que querem te matar? É claro. Simples. Você é uma semi-deusa.

- O quê? - eu disse incrédula.

- Uma semideusa. - disse a garota. - Você é filha de uma mortal com um deus. Pelo que Quíron me disse, você é filha de um deus masculino e é poderosa porque derrotou a Lâmia. Eu diria que talvez seja filha de Ares. Ou talvez, e a possibilidade é bem menor, seja filha de um dos três grandes.

- Tudo bem, Alyson. - disse Quíron. - Se importa de esperar lá fora, enquanto falo com a Melanie? Se ela estiver bem, poderá mostrar o acampamento para ela.

- Claro. - disse a garota sorrindo. Ela se dirigiu a porta. Parecia simpática.

- Melanie, você ouviu a Alyson. - disse Quíron, quando a garota saiu. - Você é uma meio-sangue poderosa. Por isso está aqui. Ainda não sabemos quem é seu pai. Mas você precisaria ficar para descobrir. Não estamos te obrigando a ficar aqui, mas seria melhor para sua segurança. E caso não queria, não a deixaremos partir até que esteja em boas condições físicas. E aí? Vai ficar?

Eu demorei um tempo para pensar. Pensei na Lâmia. Pensei nos meus irmãos. Por um lado, se eu saísse teria que lutar com monstros como a Lâmia todos os dias. Por outro, ficar ali significava não ver Jessie e Zach por um bom tempo. Mas também tinha o Henry. Ficaria longe dele durante todo o verão.

- Parece que eu vou ficar aqui por um tempo. - eu disse olhando para Quíron.

- Ótimo! - disse ele. - Você está bem? Está mais forte?

- Estou ótima. - eu disse.

- Vou chamar a Alyson para te mostrar o acampamento. - disse Quíron.
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MensagemAssunto: Re: I really wanted to be an ordinary girl, but I can't   I really wanted to be an ordinary girl, but I can't I_icon_minitimeSáb 11 Fev 2012, 9:51 pm

Capítulo 4 - O Acampamento Meio-Sangue


Minha cabeça ainda doía um pouco, quando Alyson entrou no chalé, logo depois de Quíron ter saído.

- Tem certeza que está bem? - perguntou ela. - Parece que vai desmaiar de novo.

- Não, eu tô legal. - respondi. - Minha cabeça ainda dói um pouco, mas não é nada demais.

- Tudo bem. Vou te levar para conhecer o acampamento. E os campistas. Enquanto não sabemos quem é o seu pai, você vai ficar no Chalé 11. Kelsie e Matt também estão lá. E mais um monte de outros campistas.

Demorei um pouco para me lembrar que Kelsie e Matt eram os irmãos gêmeos que vieram cuidar de mim. Mas dê um desconto, eu tinha desmaiado e depois rolado colina abaixo. Alyson ajudou a me levantar.

- Tudo bem? - ela perguntou. Parecia realmente preocupada comigo. Balancei a cabeça, dizendo sim. Ela pegou minha mochila. A mala não estava mais lá.

Saímos do chalé. Não vi sinal de Rony. Mas pelo menos sabia que o encontraria de novo.

- Venha, vou te levar ao chalé 11. - disse Alyson, apontando para o grupo de chalés da esquerda. Porém antes que ela pudesse me levar até lá, um garoto de cabelos ruivos, pele clara, olhos verdes e sardas, que usava uma camiseta laranja e jeans cinza, veio falar com Alyson.

- Aly, Lindsay disse que precisa falar com você! - disse ele.

- Ela não pode esperar? - disse ela. - Estou mostrando o acampamento para a novata.

- A que caiu da colina? - perguntou ele. Apesar do que dizia sua cara era bem séria. - Tudo bem vou dizer a Lindsay para esperar. - ele se virou para ir embora, mas Alyson o chamou.

- Ahn... Steven! - o garoto se virou. - Pode ajudá-la?

- O que? Ah claro! - ele disse. Bateu na própria testa como se fosse um burro por não ter percebido antes, o que quer que fosse. - Onde dói? - eu achei estranho, mas apontei para o galo na minha testa. Ele tocou o local e imediatamente a sensação de dor se anuviou.

- O que você...? - eu perguntei, confusa. O garoto riu e virou as costas para ir embora.

- Steven é filho de Apolo, deus da medicina. - disse Alyson, sorrindo. - Ele tem um dom.

Continuamos andando até finalmente alcançarmos um chalé. O chalé parecia bem normal. A pintura das paredes era descascada e tinha algo como duas cobras enroladas acima da porta.

- Esse é o chalé de Hermes. - disse Alyson. - É aqui que vai ficar enquanto não descobrimos quem é seu pai. Pode deixar sua mochila aqui. Mas tome cuidado com seus pertences, Hermes é o deus dos ladrões e seus filhos são... iguais ao pai.

Preferi não deixar minha mochila ali. Alyson me apresentou aos outros campistas do chalé. Eram muitos. Alguns realmente filhos de Hermes, outros, semideuses que ainda não tinham sido reclamados. Então fomos ao próximo chalé. Era um chalé cor de vinho, escuro, com desenhos de parreirras por toda a parte.

- Esse aqui é o chalé 12. - disse Alyson. - Chalé de Dionísio.

Uma garota de cabelos roxos estava indo em direção a... eu ainda não conhecia o acampamento então não sabia aonde ela estava indo.

- Ah, Stacy! - disse Alyson, para a garota de cabelos roxos. - Essa é a Melanie! Melanie esse é a Stacy! Ela é conselheira do Chalé 12.

- Prazer Melanie! - disse ela. Ela parecia tonta, como se tivesse bebido taças e taças de vinho há poucos minutos. - Não foi você que caiu da colina?

- Igualmente! - eu tentei ignorar essa última parte. Stacy se virou e foi pra onde tinha que ir. - Impressão minha ou ela estava bêbada?

- Ah, isso! - disse ela. - Dionísio é o deus do vinho. Stacy bebe muito mesmo, mas mesmo quando está sóbria parece estar bêbada. Mas, enfim vou te mostrar os outros chalés. Esse é o chalé de Hades. - estávamos nos aproximando de um chalé feito de mármore sólido preto,com colunas pesadas e sem janelas. Tinha uma tocha queimando com fogo verde. - Não tem muitos campistas. Só um.

- Por que? - perguntei.

- Ah! Eu não te expliquei? Zeus, Hades e Poseidon são o que chamamos de Três Grandes. - disse ela. - Eles fizeram um trato depois da Segunda Guerra que não teriam mais filhos. Mas nenhum deles cumpriu. Poseidon só teve um filho até onde se sabe. O filho dele, Percy, hoje é adulto. Zeus teve uma filha, chamada Thalia, que é uma das Caçadoras de Ártemis, por isso não envelhece. E Hades teve três filhos. Bianca e Nico eram irmãos, mas Bianca morreu e Nico é adulto. E tem também o Adam. Ele é meio antissocial. Não sai muito do chalé. Mas você vai vê-lo na fogueira amanhã a noite. Tudo bem, voltando ao nosso tour.

Alyson me levou para ver os outros chalés. O chalé de Hefesto, que era negro com uma chaminé no telhado. O chalé de Apolo, que parecia ser feito de ouro sólido. Ao olhar para ele, meus olhos doeram. Steven acenou para mim, enquanto falava com um outro campista. O chalé de Ares, vermelho vivo com arame farpado no telhado. O chalé de Poseidon, vazio e feito de pedras cinzentas, salpicadas de pedaços de conchas e coral. Era um chalé bonito, mas me lembrava muito o mar. Tinha experiências bem negativas no oceano. Por fim chegamos ao chalé 1, chalé de Zeus. Era o chalé mais bonito até então. Tinha portas de bronze, que pareciam ser atravessadas por raios e colunas de mármore. Eu não sabia porque, mas aquele chalé me atraiu de alguma forma. Fiquei hipnotizada ao passar por ali.

- Melanie? - ouvi a voz Alyson. - Está me ouvindo?

- Ahn... o que? - eu perguntei confusa.

- Parece que a resposta é não. - murmurou ela. - Venha, ainda faltam o chalé de Hipnos, Éolo e Eros, além das deusas femininas e o resto dos lugares do acampamento.

Ela me levou ao chalé de Hipnos. Instantaneamente me deu um sono. Alyson parecia não ser afetada, mas me tirou rápido dali. Depois foi a vez do chalé de Éolo. Tinha ventos desenhados em várias partes e da chaminé saía um pequeno furacão. Era meio gelado e totalmente branco. Gostava de dias frios, mas aquilo era um exagero. Depois foi a vez do chalé de Eros. Na verdade, eu não prestei muita atenção ao chalé. Quando se está cercado dos garotos mais lindos que você pode imaginar, você não pensa muito no ambiente a sua volta. Eu nunca fui o tipo de garota que se apaixonava fácil. Já tivera quedas por garotos antes, mas nunca foram muitas. Não sabia o que era se apaixonar. Até chegar ali. Aquele era o garoto mais lindo que eu já vira na vida. Cabelos loiros, pele clara, olhos azuis e um sorriso lindo. Eu devia estar parecendo uma idiota.

- Christopher! - Alyson gritou para o garoto que eu tinha achado bonito. - Pode vir aqui?

- Ah, oi Aly! - disse ele. Ele acenou para mim, como se me conhecesse há anos, mas não soubesse meu nome. - Oi!

- Chris, essa é a Melanie! - disse Alyson, totalmente confortável e indiferente à beleza do garoto.

- Ah, a garota que caiu da colina! - disse ele. Ótimo! Só o que me faltava era ficar conhecida para sempre como a garota que caiu da colina. Me fiz de indiferente.

- É, sou eu. - eu sorri.

- Chris é o conselheiro do chalé de Eros. - disse Alyson.

- Ah, você ta aí, Chris. - ouvi uma voz feminina. Olhei para trás e uma garota loira de olhos verdes se adiantou. Ela deu um beijo na bochecha de Chris. Linda, loira, perfeita. Parecia uma boneca Barbie em tamanho real. Assim que eu a vi, eu a odiei. Mais do que a Henry, mais do que a Senhora Stanblue, mais do que qualquer outra pessoa no mundo a quem eu pudesse ter odiado alguma vez na vida. Ela aparentemente não gostou de mim também. Mediu-me com os olhos, insatisfeita.

- E namorado de Vallenttina. - Alyson havia percebido a tensão. Vallenttina abriu um sorriso de falsa simpatia ao mesmo tempo que eu sorria de um jeito falsamente doce. - Ela é conselheira do chalé de Afrodite. - eu sabia que havia lago nela de que eu não gostaria. Filha de Afrodite. Uma típica patricinha, metida a besta que não tem nada além de minhocas no cérebro. - Tina, pode mandar um recado para Lindsay?

- Claro Aly. - disse ela, sem tirar os olhos de mim. - O que quer que eu diga?

- Diga que eu só vou poder falar com ela no jantar. Parece que o tour com a novata vai demorar mais que o esperado.

- Tudo bem. Até mais, Chris. - Vallenttina beijou Chris novamente dessa vez na boca. Ela havia percebido que eu gostara dele. É claro, era filha de Afrodite, a deusa do amor.

- Vamos, ainda tenho que te mostrar muita coisa! - disse Alyson. - Até o jantar Chris!

- Até mais Aly! - respondeu Christopher. - Foi um prazer te conhecer Mel. Eu posso te chamar de Mel né?

- Isso depende... - eu disse. - Posso te chamar de Chris?

Ele riu e fez que sim.

- Então, claro! Todo mundo me chama de Mel.

Alyson me mostrou o resto dos chalés: o chalé de Hera, totalmente desocupado; o chalé de Deméter, que tinha um monte árvores crescendo ao redor; o chalé de Atena, com uma coruja empalhada na porta; o chalé de Ártemis, que parecia emanar algo como uma aura prateada; o chalé de Afrodite, que era uma versão maior de uma casa de bonecas, com as quais Jessie brincava quando tinha uns 7 ou 8 anos; e mais um monte de outros chalés. Depois me mostrou os estábulos, as forjas, a arena, o arsenal, onde se vendiam as armas, os campos de morangos, as montanhas, a praia e a casa grande. Foi um passeio puxado. Mas pelo que tinha visto, Alyson era como a líder ali. Parecia estar ali há bem mais tempo do que qualquer outra pessoa. Apesar de, aparentemente, ser muito insegura e tímida, era muito inteligente, até para uma filha de Atena, e muito popular. Mas nenhum daqueles amigos dela parecia ser seu melhor amigo. Quando terminamos nosso tour, ela me chamou em um canto.

- Pelo que vi, você não gostou muito da Tina... - disse ela.

- Tem razão. - eu interrompi sua fala. - Nunca gostei das patricinhas dos colégios que frequentei. Vallenttina é só mais uma delas.

- Não. - disse Aly, olhando nos meus olhos. - É muito mais que isso. Ela é ótima. Tudo bem, as vezes, é um pouco egoísta e ciumenta, mas dê uma chance a ela. Poderão ser amigas.

- Tá legal, eu tento. - eu revirei os olhos. - Mas não significa que vamos ser amigas.

- Ótimo... Mel. - ela disse, sorrindo. Naquele momento ouviu-se um sino alto e os campistas começaram a sair de seus chalés e vir em direção a casa grande. - Vem, vamos jantar. Pode se sentar com o pessoal do chalé 6 se quiser, apesar de Quíron não gostar que os campistas se misturem na hora do jantar. Mas você ainda não foi reclamada.

Eu ri. Parecia que eu e Aly seríamos grandes amigas.
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MensagemAssunto: Re: I really wanted to be an ordinary girl, but I can't   I really wanted to be an ordinary girl, but I can't I_icon_minitime

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